De tudo ficam 3 coisas:
A certeza de que estamos começando...a certeza de que poderiamos continuar...e a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar. Portanto, devemos fazer da interrupção um novo caminho...da queda um passo de dança...do medo um escada...do sonho uma ponte...e da procura, um encontro...(Fernando Pessoa)

2 comentários:

janaína disse...

Nuvens me cruzam de arribação.
Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.
(...)

Estou atravessando um período de árvore.
(...)

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas.
(...)

Manuel de Barros

sis disse...

pois é manju...
esses poetas e suas dores interminaveis e imensuraveis.
e a beleza tamanha de sua poesia.
será a dor a beleza da poesia?
ou seria o oposto? a poesia a beleza da dor?
jogo preferido dos poetas, jogos de mente. somos masoquistas!
e viva manuel de barros!
viva pessoa!
viva drummond!
viva mario de sá!
e viva gregório!