coisa não natural. jamais pudera imaginar. parece sem força agora, mas no instante em que se apresentou tinha força e mais, parecia não haver nada além.
parecia ser maior, parecia vim de fora, parecia uma ordem, um comando. como pode? como pude? de onde veio e tão de subito? não parecia jamais querer e qualquer pensamento nesta direção parecera sempre tão sem sentido e sem precisão. racionalmente nunca quis e no entanto em busca da racionalidade eis o que encontro.

ao que me pareceu e ainda parece é um cansaço, uma exaustão. era preciso descanço. ainda é. preservar a calma, o bem estar, o sentir. deus! porque fizeste isso? porque colocou um ponto, um limite? deve haver motivos, devem haver razões. não me interessam.
ponho um fim. e vejo um tanto de provocação ao longo de anos. sempre querendo mais, saber mais, entender mais, explicar mais. provar mais, ser mais.
me coloquei a prova e passei. de fato o fiz, mas a que custo? e quais os beneficios? hei de colhe-los?
não posso ignorar o conhecimento adquirido ou a reflexão já (ou ainda não) concluida. não se deixa de saber o que se sabe, seria preciso mais que uma amnesia. e não hei de esquecer, vou saber desse momento e se algum dia fizer sentido pra mim, então talvez se cumpra o que se colocou em prova naquele exato instante. um sentido sem razão, uma razão sem sentido.

hoje me pergunto se o conhecimento viria / vem de qualquer maneira. so que se apresenta sob outras formas. afinal não é preciso razão para gostar ou desgostar de alguma coisa. e o que afinal de contas buscamos ao longo desse trajeto que é tão curto e tão longo que é a vida? como se pudessem se apresentar sob a luz da ignorancia também os meios de entendimentos para uma sobrevivencia. e que diabos, como queremos essa sobrevivencia. parece inerente, e deve mesmo ser. parece não racional, não escolha.


li de schopenhauer, ele faz uma comparação com uma das teorias da física, que diz que andar é uma queda freiada. e que a vida também assim seria, uma morte freiada. que a cada dia, a cada instante freiamos a morte, a fim de viver um tanto mais.

e então o que nos impele a deitar-se na cama e esperar o momento em que se esvai a mente, se acabam também os tormentos. era isso e foi assim. o tormento, as dúvidas, as provas, as questões, as hipoteses, as tentaivas de entedimento, de explicação, de elevação, de superioridade. não quero provar nada a mais ninguem!

e hoje a minha única dor é a solidão.



abaixo texto de schopenhauer - o mundo como vontade e representação -



" O mundo é a minha representação. - Esta proposição é uma verdade para todo ser vivo e pensante, embora só no homem chegue a transforma-se em conhecimento abstrato e refletido. A partir do momento em que é capaz de o levar a este estado, pode dizer-se que nasceu nele o espirito filosofico. Possui então a inteira certeza de não conhecer nem um sol, nem uma terra, mas apenas olhos que vêem este sol, mãos que tocam essa terra; em uma palavra, ele sabe que o mundo que o cerca existe apenas comorepresentação, na sua relação com um ser que percebe, que é o próprio homem. [...] Nenhuma verdade é portanto mais evidente do que esta: tudo o que existe, existe para o pensamento, isto é, o universo inteiro apenas é objeto em relaçao a um sujeito, percepção apenas, em relação a um sujeito que percebe. Em uma palavra, é pura representação. Esta lei aplica-se naturalmente a todo o presente a todo o passado e a todo o futuro, àquilo que está longe, tal como àquilo que está perto de nós, visto que ela é verdadeira para o próprio tempo e o próprio espaço, graça aos quais as representações particulares se distiguem uma das outras. Tudo o que o mundo encerra ou pode encerrar está nessa dependencia necessária perante o sujeito,e apenas existe para o sujeito. O mundo é portanto representação."

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