MADRUGADA
Do fundo do meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes
Ferreira Gullar - Dentro da Noite Veloz
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labirinto de ideias
prazer
da pura percepção
os sentidos
sejam a crítica
da razão
Leminski
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os sentidos
sejam a crítica
da razão
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degustações e apologias
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregorio de Matos
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregorio de Matos
5 comentários:
DEntro da noite veloz me lembra a adriana calcanhoto!
O Gullar sempre tão politiqueiro... Mas ele consegue devolver a existencialidade a politica, pelo menos nesse poema...
tenho lido algumas poesias dele. to com um livro com toda a trajetoria. ele escreve uns cordeis também. é claro que eu não gosto de tudo, mas tem coisas muito boas. os cordeis são muito bons!
velho! quero matar meus vizinhos! que não me deixam estudar com a musica alta...
Vizinho chato é foda...
mas quanto a gullar li pouco dele apenas uma coletânea que Alfredo BOsi organizou... Lembro de um poema que ele fez da morte de Guevara... MAs o que realmente me marcou foi seu classico, dois e dois: quatro. "Como dois e dois são quatro/ sei que a vida vale a pena/ embora o pão seja caro e a liberdade pequena"
acho que eh disso que tava falando quando se referia a devolver a existencialidade a política... Esta para além das coalizões e oposições que a englobam...
Foi a primeira vez que entrei em contato com este poema...
tou sentindo falta de coisas novas...
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